quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Paciente Inglês

Realização:Anthony Minghela
Com: Ralph Fiennes, Juliette Binoche, Willem Dafoe, Kristin Scott Thomas
Sabe sempre bem recordar um filme que, de alguma forma ou de outra nos tenha marcado. Vamos falar de um filme que, e vejam lá como o tempo passa, tem 12 anos: O Paciente Inglês, um filme inesquecível e premiado com 9 Óscars.
Este filme é ficção, muitos de vocês dirão : "dahhh..." mas acontece que nos créditos finais há a preocupação de o realçar. Por que razão existiu esta necessidade? Afinal, todos nós sabemos que a maior parte do cinema é ficção… No entanto, alguns filmes, têm esta incrível capacidade, de nos envolver na história, e tanto que, se não nos relembrarem, passamos a acreditar nela. Este é um desses filmes.
Decerto que já viste este filme. Sabes que conta uma história de amor proibido entre “K” uma mulher casada e Almásor, um explorador de origem Húngara, poliglota mas pouco falador. Quem o conhece diz que este passa a vida a cantar, facto curioso porque ao longo do filme só o ouvimos cantar por duas vezes.
O filme começa com uma avioneta, vemos uma mulher que parece dormir vai recostada, e vemos o piloto. De repente, disparam contra a avioneta e pouco depois um homem queimado é retirado do avião, e sobrevive.
Sobrevive mas não sabe quem é, ou pelo menos, não se quer lembrar. Resta um livro, que era seu e no qual escrevia, chamado Heródoto. Ao que parece, este livro também sobreviveu com ele (facto estranho e aliás, pouco explicado aliás no filme), mas este pormenor não estraga a beleza do filme.
É mesmo essa a palavra certa para descrever, este é um romance belo, entre uma mulher casada e um homem que finge não ter sentimentos, e que lhe diz que a coisa que mais detesta é a ideia de pertencer a alguém. Mente, porque a coisa que mais detesta, é o medo de admitir que quer ter algo que lhe pertença. “K” ou Katherine pertence-lhe.
É escritor, tem jeito com as palavras, para ele, “A traição em tempo de guerra, é menos importante que a traição em tempo de paz, e o amor inicial dos amantes é como um órgão de fogo”. Deitado numa cama e aos cuidados de Hana, uma enfermeira dedicada que se recusa a abandoná-lo mesmo sabendo que está às portas da morte, vai relembrado a sua vida, o seu amor à medida que Hana lhe lê o seu Heródoto.
E é assim que vamos descobrindo a história de um paciente inglês que afinal nem é inglês. Um homem que vai resistindo à dor, arrastado pela morfina e que se vai relembrando do seu passado à medida que o conta. Simultaneamente, enternece-nos a história daquela enfermeira, que o ama e não o abandona. Uma mulher que pensa que todos os que ama, morrem…
Mas o que é o amor? A eterna pergunta…. Segundo este filme, é o vento do deserto, é admitirmos que pertencemos a alguém; é mergulhar numa gruta escura sem medo, é trazer junto do “supraesterno” um dedal cheio de enxofre; é sentir o sabor de uma ameixa que realmente sabe a ameixa “this plum tastes like plum” (adoro a musicalidade desta palavra em inglês); é morrer com a certeza que aquilo que nos prometeram será cumprido e sobretudo é voar sob esse vento com a certeza de que sim, foi ou é isto o amor.
Ps. Mas meninas ( sentimentalismos à parte) não se esqueçam desta citação ultra importante que fixei do filme! Nas palavras de “K”: “ Uma mulher jamais deverá aprender a coser, e se o souber fazer, jamais o deverá confessar em público!”
Got it? i bet you did hihihi stay smart ;)
Por: Olga Pinto

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